Wednesday, January 30, 2008

Como Abraão


Ora mordo
Come un bambino la mammella
lo spazio
Giuseppe Ungaretti

Morde
como um menino os seios
da Via Láctea
Na boca aberta um espanto
sorve o leite matinal
que vai nascer
da aurora
Enquanto isso procura
entre as distâncias
das estrelas
os nebulosos mares
Tudo o que está velado
procura
perde o inacabado número
das estrelas
e regressa ao zero
e recomeça do que sobra
do coração
cansado.


30/1/2008

Tuesday, January 22, 2008

A semiótica narrativa dos objectos de Gideão


BlockquoteO episódio bíblico-histórico de Gideão já originou um importante movimento evangélico à escala mundial. O paradigma foi, sem dúvida, a selecção tendo em vista uma determinada tarefa. Os Gideões Internacionais, como são conhecidos, seleccionados entre as diversas igrejas, desenvolvem, assim, um ministério nobre de espalhar o Livro de Deus em hotéis, escolas, hospitais, etc.

Mas a proposta fundacional daquela personagem do Velho Testamento aprofunda e desencadeia outros pensamentos e outras hermenêuticas. Porventura uma das mais aliciantes abordagens, será no âmbito da semiologia, digamos assim, dos objectos usados por Gideão.

Ao lermos o texto bíblico que narra a preparação da batalha contra os medianitas, cingimo-nos exclusivamente a que se trata de um episódio de passagem, em que Deus pretende que o seu povo de Israel compreenda que só pode ganhar combates confiando, não na sua força, mas na do seu Iavé. Neste âmbito, o livro de Juízes é, de facto, um conjunto de eventos, de repetição de eventos, dando sempre ênfase à estrutura moral e ética da história de uma nação teocrática e na exclusiva dependência do Único Deus.

Não devemos, no entanto, ignorar que existe, designadamente no episódio «Gideão, com trezentos homens, vence os medianitas», uma narratividade literária que estrutura o alcance teológico do ensino de Deus ao seu povo, numa circunstância adversa e de crise. Convém colocar em paralelo em todo texto, o assombro da grande literatura, a imaginação, e uma linguagem. Numa palavra, a língua comunictiva de Iavé, o próprio dizer de Deus à conversa com Gideão.

O filósofo e linguista George Steiner justificou no seu livro «Depois de Babel » a capacidade por parte do homem entender a língua de Deus, no Paraíso, pela existência de uma sintaxe divina, que ao longo da história do relacionamento de Deus com os patriarcas, profetas, sumo-sacerdotes, reis no Velho Testamento, se foi manifestando até à encarnação do Verbo. E assim dos Apóstolos até ao crente mais simples na Igreja de Cristo.

Continuar a leitura aqui A Semiótica Narrativa dos Objectos de Gideão
no Portal Evangélico da AEP

Poesia e Etnografia

Circuncisão, veja e leia aqui

Saturday, January 19, 2008

A Voz e a Palavra

“Man is what he believes”
(Anton Chekhov)


Porque eu creio
sou
e falo ao vento
sem medo das vozes
secas, fantasmagóricas
do boomerang sonoro

os ecos da fé delineiam
a moldura dos dias
e vestem um sonho
nas mãos

saboreio uma taça de alegria
entre portas
e seguro no coração a certeza
escondida
de uma Palavra eterna
que não quero
desaparecida.

Palmela, Dezembro de 2007

(Brissos Lino)

Friday, January 18, 2008

Na Wikipédia

BlockquoteUsuário:J.T.Parreira
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

J.T.Parreira, assinatura literária do poeta português de formação evangélica, João Tomaz Parreira. Nasceu em Lisboa, em 1947. Reside em Aveiro. Escreve poesia, de inspiração evangélica, publica artigos de teologia em revistas especializadas do ramo, na área da confissão religiosa reformada. Escreveu para jornais regionais semanários, com carácter de jornalista free-lancer, sobre literatura e artes plásticas, colabora com textos para uma Galeria de Arte. Publicou entre 1973 e 2005, quatro livros de poesia, um ensaio teológico sobre o Prólogo do Evangelho de S.João. Tem participações em antologias poéticas, sendo as mais significativas, aquelas que a Assírio & Alvim, Lisboa, editou na década de 80, e o Grupo Poético de Aveiro publicou entre 2003 e 2005, e a homenagem a Neruda na obra colectiva «Neruda, Cem Anos Depois»,da Universitária Editora,Lisboa, em 2005. O seu último livro de poemas «Contagem de Estrelas» (1996), nasceu de observações interiores e exteriores ao Eu poético durante uma estadia em Salamanca, em 1993, e em contacto com o poeta salmantino, já falecido, Remígio Gonzalez Adares, e o acervo museológico do poeta Miguel Hernandez, da célebre Geração de 27. Edita um blogue poético-literário www.poetasalutor.blogspot.com e figura no Projecto Vercial, com o seu nome literário.

No "Portal Evangélico" da AEP


João Tomaz Parreira: O DÉFICE DE CONCORDÂNCIA NA NVI

Saturday, January 12, 2008

Outro Salmo 121

Pintura Digital, de Mila Fernandes

Elevo os meus olhos
para as montanhas, elas
descem

quando meus olhos se fecham
como as altas ondas
as montanhas descem

no degelo, nas florestas
inclinadas, ou no dorso
escalvado

quando fecho meus olhos
e os lanço
fora da órbita do mundo.


8-1-2008

Tuesday, January 08, 2008

Na revista "Avivamento"

Nº64, Ano 17, Janeiro-Março 1993

BlockquoteHavia no Mundo Antigo, contemporâneo da Igreja do ano 30 do Século I, uma bem definida emigração de linguagem. Jerusalém era entre a Páscoa e o Pentecostes o retrato de uma mistura linguística, que nessas festas a tornava verdadeiramente cosmopolita.»

Monday, January 07, 2008

O Tempo que passou


Número 1, Ano 1, 1977
Revista Avivamento
Director Pr. João Sequeira Hipólito